segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Seus músculos precisam de cafeína!

 


Atualmente, a cafeína é uma das substâncias mais consumidas, estando presente em diversas plantas e produtos. Tem efeitos variáveis no corpo humano, e sua atividade afeta uma variedade de sistemas, incluindo o sistema nervoso central, sistema imunológico, sistema digestivo, sistema respiratório, trato urinário etc. Estes efeitos dependem da quantidade, do tipo de produto no qual a cafeína está contida, e nas diferenças individuais entre as pessoas (sexo, idade, dieta etc.). Vários estudos têm coletado, apresentado e analisado as informações disponíveis, incluindo as últimas descobertas sobre o impacto da cafeína na saúde humana e no funcionamento dos sistemas do corpo humano, levando em consideração o papel da cafeína em doenças individuais. Há muitos trabalhos que falam sobre os aspectos do consumo de cafeína e as propriedades curativas em doenças como asma, doença de Parkinson, entre outras, não esquecendo os efeitos negativos do excesso de cafeína (por exemplo, em pessoas com hipertensão, crianças, adolescentes e idosos).

 

O consumo médio de cafeína de todas as fontes chega a 76 mg/pessoa/dia; nos Estados Unidos e Canadá, é de aproximadamente 210–238 mg/pessoa/dia e excede 400 mg/pessoa/dia na Suécia e Finlândia. Um estudo realizado por Conway relatou que em 2020-2021, o consumo de café foi de cerca de 166,63 milhões de sacas de 60 kg em todo o mundo. Esse grande interesse pelo café se deve aos seus atributos gustativos e efeitos estimulantes, além da cultura e hábitos das pessoas em muitos países. Devido aos tempos e à cultura em que vivemos, a presença dos rituais do café no nosso quotidiano não nos parece particularmente surpreendente. No entanto, é incrível que um humilde arbusto tenha enrolado seus galhos em todos os continentes. Curiosamente, apesar de um consumo tão grande de cafeína, a pesquisa mostra que é mais um hábito do que um vício compulsivo.

 

Muitos suplementos são construídos tendo a cafeína como ativo principal, e isto se dá pelos efeitos no sistema musculoesquelético. A capacidade da cafeína para melhorar o desempenho do exercício e as funções cognitivas torna-a um suplemento dietético muito comum na nutrição desportiva. Sugere-se que o mecanismo mais importante da atividade da cafeína no trabalho muscular seja o antagonismo dos ARs, ou seja, pelo bloqueio dos receptores de adenosina, um tipo receptor que tem a capacidade de quando ativado, estar envolvido com a facilitação da liberação de neurotransmissores no sistema nervoso central.

 

Prevenir a diminuição da atividade neuronal pelo bloqueio dos ARs está associado à possibilidade de aumentar o recrutamento de fibras musculares. Outro mecanismo do efeito da cafeína é a abertura dos canais iônicos RyRs, principalmente nos músculos e miócitos. Existe uma reserva de cálcio no retículo sarcoplasmático (RS), uma organela que compõe a célula, e que pode ser adicionalmente liberada na presença de cafeína, resultando em aumento da velocidade e força muscular. A cafeína pode aumentar a contratilidade durante contrações submáximas através da indução da liberação de cálcio do RS e inibição de sua recaptação. A capacidade da cafeína de aumentar a adrenalina, liberar íons de cálcio, melhorar a bomba de sódio/potássio ATPase e reduzir a percepção da dor parece estar diretamente relacionada ao desempenho esportivo aprimorado. A cafeína também pode ter um efeito positivo direto na atividade mecânica do músculo esquelético. Isso foi demonstrado por Domaszewski e colaboradores, que estudaram 40 jogadores profissionais de handebol masculino que consumiam regularmente produtos ricos em cafeína, dando-lhes cafeína na dose de 9 mg/kg de peso corporal. Os autores observaram melhora no tempo de contração e redução do deslocamento máximo no grupo testado.

 

Em conclusão, a influência da cafeína no funcionamento dos sistemas muscular e esquelético é importante no esporte, principalmente por sua capacidade de melhorar o desempenho no exercício e as funções cognitivas por antagonismo dos ARs, abertura dos canais RyRs e indução da liberação de cálcio. Os cientistas têm focado sua atenção em atletas para demonstrar ou excluir a potencial natureza dopante dose-dependente da cafeína, no entanto, sua ação também deve ser analisada no contexto de outros esportes de força. Em relação à contribuição da cafeína para algumas doenças, não foi possível mostrar um efeito sobre o risco de doenças musculares e ósseas (por exemplo, osteoporose), mas essa área de pesquisa ainda não foi completamente explorada, e muito mais pesquisa é necessária para poder tirar conclusões mais construtivas.

 

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Autora: Dra. Tatiany Faria
@dratatianyfaria

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1. De Mejia E.G., Ramirez-Mares M.V. Impact of caffeine and coffee on our health. Trends Endocrinol. Metab. 2014;25:489–492. doi: 10.1016/j.tem.2014.07.003.

2. Nehlig A. Interindividual Differences in Caffeine Metabolism and Factors Driving Caffeine Consumption. Pharmacol. Rev. 2018;70:384–411. doi: 10.1124/pr.117.014407.

3. Del Coso J., Muñoz G., Muñoz-Guerra J. Prevalence of caffeine use in elite athletes following its removal from the World Anti-Doping Agency list of banned substances. Appl. Physiol. Nutr. Metab. 2011;36:555–561. doi: 10.1139/h11-052.

4. Bazzucchi I., Felici F., Montini M., Figura F., Sacchetti M. Caffeine improves neuromuscular function during maximal dynamic exercise. Muscle Nerve. 2011;43:839–844. doi: 10.1002/mus.21995.

5. Domaszewski P., Pakosz P., Konieczny M., Bączkowicz D., Sadowska-Krępa E. Caffeine-Induced Effects on Human Skeletal Muscle Contraction Time and Maximal Displacement Measured by Tensiomyography. Nutrients. 2021;13:815. doi: 10.3390/nu13030815.

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